quarta-feira, 6 de abril de 2011

Exercício 1 – Começar a pensar não é fácil...

Uma página em branco. 
É assim que sempre vejo um projeto que tenta nascer na minha cabeça. É como se as ideias fossem cores e assim, todas juntas ficam brancas, difíceis de serem interpretadas.
Pensar um projeto requer um jeitinho que vamos pegando conforme vamos praticando os ateliês. 

Estou procurando ser bem metódica e disciplinada, porém isso se torna bem difícil quando se trabalha com a ansiedade logo ao lado.


Primeiros rabiscos - volume.


Uma coisa que me chamou a atenção na proposta desse exercício foram as palavras chaves que compõe o tema deste ateliê:  flexibilidade, adaptabilidade, privacidade, apropriação em habitações; palavras estas que conseqüentemente norteiam o trabalho a ser desenvolvido. 


Croquis perdidos no caderno.

O que é Flexibilidade? Pode sugerir muitas coisas como materiais, programas, acessos, fluxos...
Pensar um programa flexível sem automaticamente pensar no material. Claro. Se pode pensar no perfil de que ali habitará: DINC? FAMÍLIA NUCLEAR? COHABITAÇÃO? São perfis que necessitam de relações espaciais muito parecidas e muito diferentes ao mesmo tempo. Como, por exemplo, tornar um espaço habitacional útil para uma família nuclear e para DINC ao mesmo tempo? Esse é o maior desafio desse primeiro exercício.

Privacidade. Outra palavra pertinente. O que é privacidade?  Segundo a Wikipédia:  Privacidade é a habilidade de uma pessoa em controlar a exposição e a disponibilidade de informações acerca de si.
Mas isso depende de cada cultura, varia em cada país, tribo, raça. O que torna algo “privado” para os chineses pode ser o cúmulo de falta da mesma para nós, brasileiros. 




Casa de papel do designer e arquiteto japonês Shigeru Ban. 


De certa forma, esses simples questionamentos, me ajudaram a “abrir a cabeça” na hora de pensar o projeto. O fato de refletir sobre questões simples não tornaram minhas idéias mais subjetivas e sim me ajudou a racionalizar os espaços; a COMPOR uma habitação, não simplesmente projetá-la.


Estudo com perspectiva.


Quando tive contando com o trabalho do grupo “Nômades”  da USP São Carlosa ideia de flexibilidade, adaptabilidade e privacidade, se tornaram mais claras, uma vez que esses itens se mostraram a mim sendo pensados de maneira individual, em módulos que racionalizam as funções e o próprio espaço.


ÁREA AMARELA: área de circulação.
ÁREA VERMELHA: área íntima.
ÁREA AZUL: área molhada.
ÁREA VERDE: terraço jardim.


Partindo do volume e da planta - a primeira ideia de planta baixa. 


Ainda na ideia de flexibilidade, pensei em espaços que chamei de “área íntima flexível”. Esta seria um espaço que poderia ser utilizado como dormitório [utilizando camas escamoteadas] ou simplesmente como uma área livre para circulação ou qualquer tipo de ação.
Foi com essa ideia que pensei em um "móvel/divisória" que pudesse ser totalmente flexível para atender essa necessidade.


Estudo preliminar do móvel/ divisória.

Esquema bem simplório de como esse móvel funcionaria.


Estudos volumétricos preliminares com LEGO.









Estudo preliminar de acessos.

Agora, começar a rabiscar não é mais o problema. O que falta para acompanhar esse processo é a pesquisa de materiais que podem tornar esses rabiscos uma realidade.
Atentando para a flexibilidade, estou pensando no uso de materiais de fácil desmonte e que ao mesmo tempo forneça ao usuário estabilidade, conforto e segurança dentro da habitação.


Primeiro estudo de materiais.


Pensando nisso, acredito que vigas metálicas com perfil “i” seriam interessantes na estrutura dessa habitação, pois são de fácil desmonte, flexíveis e adaptáveis e também aqui teria oportunidade de me aprofundar no estudo desse material e no uso da sua tecnologia.

Viga perfil "i".

Esquema de "encaixe" de vigas.

Para a vedação, também pretendo explorar tecnologias que não tenho conhecimento aprofundado. Assim a placa cimentícia e a placa de OSB, tornaram-se alternativas que me agradaram e que espero poder aperfeiçoar seus usos conforme a evolução do projeto.
Placa de OSB.

Placa cimentícia.

 Placa cimentícia.
 Placa OSB revestida de placa cimentícia.


 Placa OSB revestida de placa cimentícia.


A partir desses estudos preliminares, pretendo embasar meu projeto nesses conceitos que decidi adotar, sem modificar as ideias iniciais.




Um comentário:

  1. Adorei RAfa!!! to seguindo ...tenho um tbm visita lá
    http://www.arquiteta-r.blogspot.com/

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